Altas
horas. A hora tardia...
O
tempo parou, fecharam-se as cortinas.
Um
palco vazio, uma luz tremulando.
Arrasta-se
a noite em lenta agonia.
O
cenário sumiu, sumiu a platéia.
O
vento uivando sussurra segredos.
Em
vôo rasante uma sombra sinistra,
Um
morcego gigante em câmera lenta.
Um
segundo congelado no infinito.
De
um grito engasgado a um uivo contido.
O
universo paralelo escancara suas faces
Entre
expressões sombrias e retorcidas.
Meus
pensamentos fragmentados em
Milhares
de pedaços.
Um
quebra-cabeça que nunca se fecha.
Uma
vida inteira contida em um frasco,
De
veneno que mata pouco a pouco a cada dia.
Primeiro
um ponto quase invisível,
Crescendo
e aprofundando na velocidade da bala.
Um
corpo caindo em um abismo sem fundo,
Da
terra ao inferno numa fração de segundo.
Dezenas
de anos passando num estalo.
O
tribunal faz as contas e cobra a fatura.
Uma
vida, uma promessa, sementes que queimam,
Com
o fumo que pulmões doentios aspiram.
Entre
o lazer e o suicídio uma questão semântica.
A
diversão custa caro, nem um pouco romântica.
Se
bebo um trago, se uma vida estrago,
O
holocausto é preço, o extermínio eu pago.
Os
flashes de neurônios explodindo,
Dentro
do meu cérebro condenado.
Uma
vendeta implacável se repetindo,
Todo
dia, a cada minuto... Até a hora zero
A
hora zero. O julgamento final
A
consciência face a face com SUA VERDADE..
João Drummond
João Drummond
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